quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Pingo


Sunt lacrimae rerum,
et mentem mortalia tangunt
Virgílio, Eneida

Pingo
Que do espaço aflui e se lança
Gravitacional

Se espatifará
Bombardeará a formiga
Fará germinar

Esgueirar-se-á por goteiras
Formará córregos, rios
Em fugas ao mar

O mar
A eternidade
Ciclo e século

Olhai e refleti
Poetas do absinto e do abstrato
Se vos encantam céus
Ou passionalidades telúricas

O sangue, o sêmen
O sumo

O absurdo desiderato
O mais profundo
Werther em lágrimas

São teus espectros
Em alternâncias de estado
Sendo sempre
E tão somente
Pingo

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