domingo, 16 de março de 2008

Simples


É tão simples meu Amor
Como pétalas de gerânio
Vai e vem, doce sabor
Me tomando, momentâneo

Não há heroísmo nem lenda
Só um andar de mãos-dadas
Nos campos de uma fazenda
A esmo, horas não contadas

É tão simples meu Amor
Só quero o teu regaço
E absorver teu calor
No conforto de um abraço

Não há volúpia nem sedução
Não há tristeza nem dor
Não se decante, pois, a paixão
Se é tão simples esse Amor...

quinta-feira, 13 de março de 2008

O Fantasma


"Absinto! Absinto!"
William Shakespeare, Hamlet

A perfídia se instala
Na traição conspirada
Envenena a voz que cala
Em lascívia conspurcada

O festim faz seu tributo
Afrontando vil ao mármore
Qual mão que obtém o fruto
E depois abate a árvore

D'além, inaudíveis gritos
Estertor d'alma penada
Clamando, varam granitos
A paz na honra lavada

Cobre-se paixão incúria
Sob o manto da falseta
O viço da rosa espúria
Tem espinhos de vendeta

Maldição recai em fúria
Saciando o ectoplasma
Pois nem força de centúria
Bate a sombra d'um fantasma