Perdoai as despeitadas
Desbundadas descoxadas
Que do alto daquelas sacadas
Imprecaram-te, mazeladas
Naturismo
Culturismo
Futurismo
Ah, quantas faculdades
Advêm dessas vaidades
Quando à rampa acessa
A tua graça altaneira
Exclama a turba possessa:
Trepa tão bem a rampeira!
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Na Ponte dos Ingleses
Do galeão do Pirata
Se estende amotinada
Chamam-na Ponte
Resquícios dos ingleses
Brincando de Gancho
Pernapautei duas vezes
Ah, eu me garrancho
Nas frestas do tabuão
Os murmúrios são franceses
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Fatoriais Infrações
De costas para a cama, eu fracionava momentos através das teclas, como se os houvesse em receios de esvanecer. Ou só querendo nutrir neuroses colecionadoras.
A cama, ampla, na estrutura e nos sentidos, bem no seu meio retinha a nudez, e bem no meio dessa nudez um rego dividia-me, múltiplo. Toda aquela indolência se comprazendo, por entre as arreganhadas capas, com cada página desvirginizada. Ela adorava ler. Ler e ser.
Bastava um giro na cadeira para que eu desfrutasse. Mas não cabiam essas banalidades. O reflexo na tela era o tanto necessário, o quantum satis do que nos tornava sutis — jogo roubado, regras proscritas. Eu gostava disso. Desse senso absoluto daquilo que se possa desentender e que alguns insistem prender em uma só palavra. Liberdade?
Do nada, eu cuspo na tela; cuspo em mim mesmo, cuspo na minha insuficiência. Cuspo na presunção. Num átimo irascível, me torço. Alavanco-me e faço a cadeira ceder espaço, impelida por sobre os rodízios. Do mesmo nada me lanço, esquálido bote que redundará em risadas. Fatoriais risadas, infrações divididas.
A cama, ampla, na estrutura e nos sentidos, bem no seu meio retinha a nudez, e bem no meio dessa nudez um rego dividia-me, múltiplo. Toda aquela indolência se comprazendo, por entre as arreganhadas capas, com cada página desvirginizada. Ela adorava ler. Ler e ser.
Bastava um giro na cadeira para que eu desfrutasse. Mas não cabiam essas banalidades. O reflexo na tela era o tanto necessário, o quantum satis do que nos tornava sutis — jogo roubado, regras proscritas. Eu gostava disso. Desse senso absoluto daquilo que se possa desentender e que alguns insistem prender em uma só palavra. Liberdade?
Do nada, eu cuspo na tela; cuspo em mim mesmo, cuspo na minha insuficiência. Cuspo na presunção. Num átimo irascível, me torço. Alavanco-me e faço a cadeira ceder espaço, impelida por sobre os rodízios. Do mesmo nada me lanço, esquálido bote que redundará em risadas. Fatoriais risadas, infrações divididas.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Predador
A mola da vida já forçou 53 dentes nessa engrenagem que não retroage. Apesar dos cigarros, o olfato continua muito cru. Quem se sofisticou foi o apetite, justificando exigência aos caninos.
...
A invasão da luminescência esbarra nas frestas da persiana. Rasteiro, espreito respiração, movimento mínimo que aguce. O fugidio atiça, orelhas felinas captando o lânguido espreguiçar nas estepes, acetinada denúncia da pilosidade feminina.
Sorrateiro, aperitivo seu pé; geme, ferida. Lambo a cor da epiderme, abocanho a junta que se desdobra; defende-se, entregando. Cravo os lábios na jugular e me sacio no estertor.
...
A invasão da luminescência esbarra nas frestas da persiana. Rasteiro, espreito respiração, movimento mínimo que aguce. O fugidio atiça, orelhas felinas captando o lânguido espreguiçar nas estepes, acetinada denúncia da pilosidade feminina.
Sorrateiro, aperitivo seu pé; geme, ferida. Lambo a cor da epiderme, abocanho a junta que se desdobra; defende-se, entregando. Cravo os lábios na jugular e me sacio no estertor.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Pré
Quereria fazer um poema
Todo explicadinho
Uma espécie de carinho
Rasgado, um teletema
Mas lá se foi, inédito
O rimado pelo ar
Quando acabou o crédito
Do meu celular
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