terça-feira, 20 de outubro de 2009

Teorias Supositórias

                 O palco concentrou à meia-luz, anil convergindo ao rufo. A equipe viria com uma formação escalafobética – rígida, porém: no arco, um baita tamborzão; corpos dobrados em linha defensiva; reforçado serviço de meio, com um címbalo volante; e, adiantado, serelepe quarteto, gracilidade feminil no tabaque. Isto, sim, à genuidade, é o que se poderia chamar de misto a um time. Não faltara torcida. Que já bem se organizava, no transcorrer, tocando flautas, parecendo invadir. O estádio Jô Soares silenciou: desabaria, esfuziante, centenário placar de palmas. Merecido, e muito, pelo taiko.

                 ...

                 Num istmo de pedras luzidias, o pensamento escorreu, falsa-baiana, às ladeiras. Antes do derradeiro embate zerado e antes, ainda, daquele fiasco pró-boliviano, a Seleção escorraçara, festejada a Olodunga. Deletério, enxerguei milenares olhinhos enviesados por trás de um cafuzo sincretismo de batuques. Não é isso. Se fosse, a Copa seria, sempre, amarela, jamais canarinha. Mas, entenda-me, meu caro Zangalo: o que cala são as cores da alma. Não esse branco de neve, que, quando muito, não passa de um pastel. Até 2010. Atchim.

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Livremente inspirado no vídeo sugerido por este tópico:

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