segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Bucetão, Substantivo Masculino

(e pra não dizerem que evoquei o ânus)

                 Não irei praticar a hipocrisia barata e negar que, em outros tempos, alimentei vaidades de escriba. A mediocridade da expressão se incumbiu de abortar o suposto direito. De que valeria mais uma puta sem alma na quadra? Mais um pedaço de carne, com dentes cariados e unhas encravadas, vendendo a contaminada flora vaginal? Ainda que ela frequentasse academias e luxuosas boates, não passaria de um buraco esporreado.

                 Ninguém quereria radiografar o infausto lustro ou diagnosticar neuroses gramaticais. É tão fácil abrir as pernas e gemer, estimular com frívolas artimanhas. Não queiram me execrar quando trago, a cabresto, os vícios da masculinidade, se é destas vísceras que extraio a vastidão feminina. Não, não me interpretem mal, não estou em busca da sedução. Isto seria recair na vulgaridade. Careço muito mais. Escalavrar a buceta e me sentir a vadia, a vagabunda, a quenga. Deus acolha aqueles que acaso me leiam homossexual, pois, dos celestiais, é o reino da inocência.

                 Livro? Evito foder em público quando posso me publicar entre sete paredes, me desanuviar no mato.

                 Puta que o pariu, parei por aqui, porque tem dois sabiás me apupando: I hate you! I hate you! I hate you! Vão se danar, seus poucamerdas! Fodam-se, nem nunca li Kant, vivo me contradizendo, ouço vozes e, aprovem ou não, hoje sugarei um útero. Até sangrar.

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N.A. - Bucetão e buceta: grafia autofacultativa.

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