sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Puteiro Amado, Brasil!

(historieta hipodidática)



                 De primeiro, chegaram uns pleibóis, com suas caravelas tunadas. Foderam com a mata. Foderam com as índias. Foderam com tudo. Pagavam em miçangas e se estabeleceram, mui dignos rufiões. O turismo sexual ia bem, logo atraindo franceses e holandeses.

                 Esta diversificação da clientela meio que complicara a vida mansa. Pois, pois, engenhosos gigolôs resolveriam. Correram a surripiar novas carnes, lá de Mamma África. Articulou-se, assim, por um bom tempo, a questão: davam-lhes a cana a chupar, enquanto, concomitante, assoviava a chibata.

                 Eis que, nas tardes, não tendo com o que se ocupar, a nada bela Isabel deixara se rasgar por um mulato. Relações irrompidas, nasceria o samba. Daí foi um pulo pro Deodoro rebatizar o prostíbulo. A inglesada já viria contrabandear seu uísque e até uns austríacos meteriam ferro na estrada.

                 Casa de tolerância que se preze há que pagar propina. Quem desafiaria velhos xerifes do oeste, se é assim que se mantém a ordem? O progresso ficou por conta de um cafetão, que não gostava de praia; resolvera iluminar o altiplano.

                 Mas a luminescência tomou cores. "Nada de luz vermelha!" - bradaram fardados ciúmes. Gramofones e eletrolas ficariam proibidos de executar o róqu'enróu. Período monótono, em que o randevu limitou-se a rolar em colchões suíços.

                 De repente, a calmaria se alvoroçou com um tropel mirando abertura, sem, entretanto, descuidar da reta guarda. O cabaré foi ganhando segurança, providenciais saídas aos fundos. De fogo, extintores da língua, tipo ABC.

                 Dilma-me uma coisa, sem retumbar: é ou não esplêndido esse dossel? Entre outras mil, mal ou mel, és tu, Bordel.

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