quinta-feira, 11 de março de 2010

Xã e Rêitxel

                 Nunca aconteceu com vocês? Pois comigo é frequente. Vão se materializando. Tomando formas, cores, trejeitos... voz. Sem uma ação específica. Com nenhuma finalidade. Apenas personagens.

                 Foi o caso de Rêitxel e Xã. Simplesmente aprimeiraram-se no plano, num cenário desfocado. Americanizados, iidichezados e oliudizados, bem como convém àquela indústria de conservas.

                 Sim, minhas personagens são atrevidas. Suas altas autoestimas desdenham do preto e branco. Querem-se em volúpias cenográficas, longe do substrato que alimenta traças.

                 Rêitxel não é uma ruiva qualquer. Há algo de latino em sua pele, que desafiará os puristas. Seu par é um doce assassino — se é que podemos glicosar a morte. Mal sabe ela que este parceiro é um sórdido Big Brother abocanhador de Oscars.

                 Ah, diante desta insigne menção, as personagens evaporaram. Deixaram-me órfão de pai e mãe. Poxa, Lula, por que você não foi lá defender o melhor filme estrangeiro?

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