sexta-feira, 23 de novembro de 2007
E tudo acaba em pizza
Ao vinho que embebeda
erga-se solene a taça
Alva toalha estendida
maculada na trapaça
Na consistência da massa
todas são pura farinha
Mérito de quem amassa
mãos firmes na cozinha
Salta uma à calabresa!
Lá vai picante lingüiça
Estas tiras com certeza
são escárnio da carniça
Anunciada patativa:
Atum! (mofada sardinha)
Enlatada és cativa
Solta-te, oh coitadinha!
Quatro queijos, tem parmesão
catupiri, provolone
Falta um? Ah, que distração!
Meta a boca no trombone!
Agora, a de coração!
Cacófato, desalinha
Estrebuche-se o glutão
co'a entranha da galinha
Ei, garção! Por gentileza!
Há quem goste de ver-du-ra
Vegetarianos à mesa
Festival da impostura
Chegando a de camarão!
Inspirando a rodada
Cabeças não mais rolarão
A vontade é saciada
Neste cardápio soberbo
Vale até a requentada
Poeta, digno teu verbo
D'uma bela espinafrada
Assim, de boca em boca
Rodízio da descarada
Cínica, a jura é oca
Em pizza tudo acaba
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Cronologia das Vacas
Vaca, fiel
Segue
Imune
Sagrada
Vaca-preta
Sorvo
Taça
Gelada
Vaca-louca
Tua
Carne
Contaminada
Vaca, louca
Bebeu
Água
Oxigenada
Segue
Imune
Sagrada
Vaca-preta
Sorvo
Taça
Gelada
Vaca-louca
Tua
Carne
Contaminada
Vaca, louca
Bebeu
Água
Oxigenada
sábado, 10 de novembro de 2007
Quero uma garota bem gótica
Quero uma garota bem gótica
Com saia e botina e crucifixo
Toda maquiada, bem exótica
Declamando um poema prolixo
Quero uma garota bem gótica
Vou agarrá-la pela cintura
Pô-la de quatro, bem erótica
Na laje de uma sepultura
Quero uma garota bem gótica
De coxas brancas, pretos pentelhos
Chupão visceral na carótida
Bimbar até ralar seus joelhos
Quero uma garota bem gótica
Teus cabelos serão o meu fulcro
O cio da loba neurótica
Uivando prazeres no sepulcro
Quero uma garota bem gótica
Tonta de vinho, podres arranjos
A morte é vida em outra ótica
E foda-se Augusto dos Anjos!
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