As minhas musas são brancas
Pálidas como páginas de um livro
Têm cabelos e pelos escuros
Pretos como a palavra impressa
As minhas musas não envelhecem
O tempo só as consagra
No âmbar de folhas guardadas
As minhas musas são cortesãs
Desarranjadas
Na realeza de uma estante
Mas basta um instante
Um perpassar de olhos por suas lombadas
Que a volúpia incontida
Na ereção do pensamento
Faz-se catarse de momento
E alguma há de ser relida