quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ômega 3



                 Ando esquecendo coisas. Ontem, mesmo, tentava lembrar um nome e, hoje, nem sei do quê. Alzheimer? Quero nem pensar! Me mato! Tem um remedinho...

                 Eutanasista convicto, urge traçar diretrizes. Pensei em tatuá-las num braço. Mas aí teria que sê-lo codificado, pra não ficarem à espreita. O brabo seria recordar o significado.

                 Bem, expandi, ao menos, e por enquanto, o elenco da sobrevivência. Agora, faço a sacola catando sardinhas, atum e salmão. Culpa dessas reportagens indutivas: "ômega 3", "ômega 3", "ômega 3"... Dizem que cria neurônios. E quanto aos velhos? Sem chance.

                 Corro riscos. De não riscar o fósforo e me deletar ao clicar o interruptor. Ou encontrar o Arruda, por aí, e, por nebulosidade, desferir-lhe um afetuoso cumprimento. Vai que seja algum amigão de outrora? Bah, a lista é grande... e já esqueço.

                 O que me intriga é essa tal letrinha grega. Pouco se me deem as explicações científicas ao que ela signifique, pois junto com o preço do salmão, por fim e enfim, é o fim.